Introdução
A doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurodegenerativo progressivo caracterizado pela degeneração dos neurônios dopaminérgicos na substância negra do cérebro.
Embora o tratamento farmacológico seja essencial, a alimentação pode desempenhar um papel significativo no manejo dos sintomas, na neuroproteção e na qualidade de vida dos pacientes.
Nutrientes e sua Influência na Doença de Parkinson
- Antioxidantes: Compostos como polifenóis, vitamina C e vitamina E ajudam a reduzir o estresse oxidativo, um dos principais fatores envolvidos na neurodegeneração.
- Ácidos graxos ômega-3: Encontrados em peixes, sementes de linhaça e nozes, possuem propriedades anti-inflamatórias e podem auxiliar na proteção neuronal.
- Vitamina D: Essencial para a saúde óssea e neuromuscular, sua deficiência está associada a um maior risco de quedas e piora dos sintomas motores.
- Coenzima Q10: Atua na produção de energia celular e pode ter efeito neuroprotetor.
- Fibras: Contribuem para a saúde intestinal e ajudam a controlar a constipação, um sintoma comum na DP.
- Proteínas: O consumo deve ser equilibrado, pois a ingestão excessiva pode interferir na absorção da levodopa, principal medicamento utilizado no tratamento da DP.
Estratégias Nutricionais para Pacientes com Parkinson
- Dieta Mediterrânea: Rica em antioxidantes, gorduras saudáveis e fibras, tem sido associada a menor progressão da doença.
- Fracionamento das refeições: Pequenas porções ao longo do dia podem ajudar na digestão e na absorção dos nutrientes.
- Hidratação adequada: Ajuda a evitar constipação e mantém a função neuromuscular.
- Evitar alimentos ultraprocessados: Reduz o consumo de substâncias pró-inflamatórias e toxinas ambientais que podem afetar a função neuronal.
- Ajuste do consumo de proteínas: Em alguns casos, recomenda-se consumir proteínas em horários diferentes da medicação para evitar interferências na absorção da levodopa.
Conclusão
A alimentação tem um impacto relevante no controle da doença de Parkinson, auxiliando na neuroproteção, na melhora dos sintomas motores e não motores e na qualidade de vida dos pacientes.
A adoção de uma dieta equilibrada, rica em antioxidantes, ômega-3 e fibras, juntamente com um acompanhamento nutricional adequado, pode contribuir significativamente para o manejo da doença.
Referências
- Mischley, L. K., Lau, R. C., & Bennett, R. D. (2017). Role of diet and nutritional supplements in Parkinson’s disease progression. Oxidative Medicine and Cellular Longevity, 2017, 6405278.
- Seidl, S. E., & Santiago, J. A. (2019). Nutritional interventions in Parkinson’s disease: Role of antioxidants. Journal of Clinical Neuroscience, 63, 41-46.
- Zhang, X., Zhang, Y., He, X., & Wang, Y. (2021). The role of the gut microbiome in Parkinson’s disease: Current knowledge and perspectives. Frontiers in Aging Neuroscience, 13, 647850.
- Gao, X., Chen, H., Schwarzschild, M. A., Ascherio, A. (2011). Dietary factors and the risk of Parkinson’s disease. Neurology, 77(12), 1148-1155.
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